quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

HOJE É DIA DE DERBY DO CENTENÁRIO - POR DAVID CHINAGLIA





Meus amigos, para me fazer voltar a escrever era preciso motivação, não ouso escrever sobre este jogo há muitos anos, já ri, já chorei, emoções vivi nele.
Muito embora tenha sido testemunha ocular de alguns gigantes momentos do futebol, que Corinthians e Palmeiras escreveram, espero muito do jogo de hoje.

Talvez seja a emoção de estar me preparando para estar na Arena Corinthians logo mais e ver o primeiro embate de ambos no ano do Centenário, quem vencerá?

No papel o Palmeiras é superior, mas favoritismo técnico nunca ganhou jogo, ainda mais um Corinthians e Palmeiras.
Em tempos de redes sociais, tudo muda.
Se olharmos pela lógica vencerá o Palmeiras, porém que a paixão de milhares, e as superstições de muitos estão em jogo, afinal Obina um dia marcou 3 gols no Corinthians, e o que diferente Obina de Kazim? nada a não ser o Inglês-Turco ser um jogador estrangeiro, na bola ambos são muitos parecidos folclore da deusa branca do futebol.

A foto de abertura, é a do clássico mais chorado pelos Corinthianos, era o ano de 1974 tudo para o Timão ser campeão, em 22 de Dezembro, mas aos 24 minutos Ronaldo marcou o gol que dava aos 140 mil presentes a certeza que para o Corinthians nada é fácil, e que o Palmeiras tinha naquele ano um grande time, quase deu Corinthians.


Dois anos antes, o jogo do "Adãozinho" uma virada espetacular no grande Palmeiras de Ademir da Guia e Dudu em jogo que ao se passar nas ruas próximas os corinthianos choravam ao ouvir Fiori Gigliotti narrando vence o Corinthians por ter raça, por sempre acreditar.
Ficou conhecido pelo nome de clássico do Adãozinho, e o menino da base ficaria marcado como o "homem de um jogo só" tão festejado pelos dias depois dos 4x3 para o Timão.
Adãozinho se perdeu fora dos campos, e a bola prometida naquele dia nunca veio, ele teve outras boas partidas, nenhuma tão destacada como a derby da virada.



Em 1993 quem estava na fila há 17 anos era o Palmeiras , depois de vencer uma e perder outra, o clássico levou Luxemburgo então técnico da Parmalat no Palmeiras ao delírio nos 4x0 numa final algo difícil de se repetir entre estas duas equipes.

Poderia falar de 1954 para alegrar a memória de meu falecido pai, no jogo em que o Palmeiras jogou de azul e ao empatar em 1x1 deu ao Corinthians o título do Centenário.

Porém qualquer jornalista, ou radialista que se atreva a escrever desde tempos, não pode compara-los com os tempos atuais.

Faltam para ambos os lados, os craques, a força das duas torcidas, estarei na milionária Arena Corinthians, mas dentro de mim, levarei as lembranças destes dias, porque não teremos os grandes craques como no passado, teremos promessas e novos ídolos de um tempo onde o futebol não tem o mesmo brilho destas épocas citadas.
Nem haverá as emoções das Rádios de Fiori, do Osmar, nem de Pedro Luis, nem de Haroldo Fernandes, nem de Joseval Peixoto com seu lindo "lá vai o meu Corinthians...não teremos, o mais perto deles é Oscar Ulisses, bom caráter e ótimo narrador um dos sobreviventes.
Também nem tão pouco as emoções de arquibancadas com duas torcidas, hoje só a torcida do Corinthians pode ver o jogo, algo que é um absurdo em tempos atuais, futebol só tem graça com os sarros, os debates de bares e lanchonetes, hoje trocados pela internet, mas uma torcida estará fora a do Palmeiras.

Que mesmo assim a esperança que tenhamos um jogo, permita ver luz no fim do túnel da crise Corinthiana, e permita aos Palmeirenses esperança no milionário time montado onde falta como diria o saudoso Humberto D'Ambronzo ex presidente do XV de Piracicaba, "entrosamento".

Isto como ele sabe hoje no céu não dá para comprar.(Lendas do futebol dizem que um dia falaram falta Entrosamento e o milionário teria dito, manda comprar eu pago, pensando se tratar de um jogador).

Realmente se o ocupado empresário pudesse comprar entrosamento seu fantástico time de 1967 do XV teria ganho tudo, mas, hoje o Palmeiras que é grande, tem outra jornada, vencer a fogueira de vaidades que estão no vestiário alviverde, vencer o noviciato de Eduardo Batista jovem revelação do futebol, talvez na Arena o maior adversário do Palmeiras, seja vencer a si mesmo, pois no campo e nos demais adversários se este time entrosar raros conseguirão vence-los.

Só que futebol não é basquete, nem tênis, onde de 10 partidas em 08 vence o melhor, nem Voley onde de cada 10 em 7 vence o melhor, futebol é danado de surpreendente, o que deixa o torcedor sofrido do Corinthians hoje com esperanças.

Cassio, Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana, Gabriel, Maycon,Rodriguinho, Romero e Marlone, e Kazim o time que Fabio Carille coloca em campo, no 4-1-4-1, segundo o técnico ele vai atacar assim e defender no 4-3-2-1 aliás o jogo de números do técnico.
Se vivo estivesse diria o saudoso Osvaldo Brandão, "Carille meu filho não invente" hoje talvez Brandão lá no céu diria ao novo treineira que tudo que foi falado e dito de táticas poderia ser trocado por uma entrega pessoal das camisas para cada um(hoje os jogadores chegam as camisas estão penduradas) com a frase, "façam do seu jeito se quiserem, mas façam o melhor neste clássico, é o derby, são nossas vidas"

Das duas apaixonadas torcidas a do Corinthians a que mais sofre com a derrota, chegam a ser para quem conhece pelo menos dois dias sem dormir, e uma semana sem festa se o time perde o jogo, alguns dizem percam tudo menos o jogo para o Palmeiras.

Carille poderá dar hoje um inicio triunfal para permanecer e com apoio da torcida, ou poderá se perder, e  iniciar o caminho final para sua carreira pelo menos no Timão, ele sabe disto, por isto mexeu de maneira popular, Kazim é o gringo da favela, e Maycon o escolhido da torcida.
Tive a semana toda a sensação que por ele mesmo seria Felipe Bastos e Jô, sem falar em derrota, se perder é melhor perder com a escalação da torcida do que com suas convicções.

Do lado esmeraldino, o técnico Eduardo Batista tem mais pressão da organizada chefe do clube do que da diretoria, ninguém quer perder, mas, se o Palmeiras perder não nascerá uma crise, já que a cabeça de todos estão na Libertadores.

Fernando Prass, Jean, Yerry Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo; Michel Bastos, Raphael Veiga, Guerra e Dudu; Willian o Palmeiras para o derby ainda sem Borja que está de licença fora do Brasil.

Alguns sonhadores ainda esperavam Jadson do lado do Corinthians e Borja, como nos velhos tempos, nas arquibancadas, teremos pouco mais de 28 mil torcedores, muito pouco para a Fiel Torcida, que neste momento vive também a crise do País, mas sobretudo a crise com a atual diretoria que segundo a maior parte lhes tiraram o direito de sorrir, por terem vendido todo o  time de 2015 que brilhantemente venceu o Brasileiro.
Será um outro derby, onde tudo pode acontecer, para os mais antigos imaginar em campo, Servílio, Ademir da Guia, Dudu, Leivinha, ou Basílio, Sócrates,Palhinha, Baltazar, 





Rivelino, Paulo Borges, Neto, enfim a história, porém mais importante em si do que um vencedor, é que todos que forem a Arena vejam um belo futebol, algo que até aqui nenhum dos dois a priori praticou neste Paulistão 2017.

Que vença o melhor, porém que o melhor jogue muita bola que o perdedor, tenha raça, e se empatarem, que o façam com dignidade e gols, pois o torcedor Brasileiro, está cansado de mediocridade, mas que todos os envolvidos não esqueçam que hoje é dia de DERBY, e nestes dias das chuteiras se esperam sangue, como sangue nos olhos, para que a torcida possa continuar com a ela, que o "o mais forte sobrevive", e sem dúvida neste jogo o mais forte, são os torcedores de Corinthians e Palmeiras.



David Chinaglia, é radialista, blogueiro, twitero, divulgador do futebol, 40 anos vivendo as história do futebol Brasileiro, davidchinaglia@gmail.com e twitter @davidchinaglia , é colaborador deste blog.






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